Venha participar nessa sexta feira na nossa primeira ação eco-pedagógica cultural de 2023, um híbrido Círculo de Diálogo interregional, parte da Cimeira Mundial sobre Educação Artística.
Vamos criar recomendações para a Conferência Mundial da Cultura e da Arte Educação (UNESCO, dezembro de 2023), em resposta ao Relatório da UNESCO de 2021: Reimaginar a Educação para Nossos Futuros Sustentáveis.
A roda iniciará com uma entrevista coletiva com a percussionista e eco-pedagoga Elisa Dias do Rios de Encontro sobre o vídeo ‘AfroRaiz apresenta Amazônia Bem Viver’. Em seguida, o círculo de diálogos se dividirá em pequenas conversas, guiadas por quatro questões:
a) Como transformar as escolas em ambientes de futuros sustentáveis? b) Como transformar os professores/as em ‘eco-performers’? c) Como enraizar nosso mundo contemporâneo em culturas ancestrais vivas? d) Como transformar projetos em políticas?
Durante 2001-2, junto com nossos projetos na Amazônia, nosso Instituto Transformance dedicou-se à restauração do ‘Monumento de Resistência dos Povos Indígenas do Brasil’, localizado no Monte Pascoal, no Sul da Bahia.
Você pode ler a história da criação coletiva pelo Povo Pataxó deste monumento (2000-01) e como surgiu sua restauração coletiva, nesta crônica: Pisa devagar (2020).
Você também pode entender como o Monumento fortaleceu (e ainda fortalece) o resgate cultural e educacional da língua Patxôhã e do ritual sagrado, como um território de formação de lideranças e de educadores/as, neste vídeo: https://youtu.be/JVr7Q3qtYMY
O Monumento restaurado foi lançado no Dia dos Povos Indígenas do Brasil, no 22 de abril de 2022, através de um vídeo em progresso dedicado à liderança Gigi Pati (Tico) Pataxó (dir), assassinado no dia 05 de julho, 2021.
A restauração do Monumento aprofundou a resistência coletiva Pataxó aos projetos de lei do governo federal genocida e ecocída do Jair Bolsonaro, inspirando novos diálogos documentos nessa crônica: Mel (2022)
Inspirou o Comitê das ONGs (CDPI) sobre os Direitos dos Povos Indígenas na ONU elaborar e publicar uma Declaração solidária com os Pataxó do Sul da Bahia e todos os Povos Indígenas no Brasil, na sua busca pela preservação de seus direitos e territórios ancestrais (ler a Nota e a Declaração):
Agradecemos o apoio do Fundo Casa na realização do projeto de restauração: A Retomada do Monumento de Resistência dos Povos Indígenas do Brasil (2001-21).
Fotos: Arquivo Transformance (2001-2022) e, a última, Arquivo Pataxó (2022)
Como co-gestores da 7ª Romaria dos Mártires da Floresta, temos o prazer de convidar os participantes, amigas e amigos, e colaboradoras e colaboradores do Rios de Encontro participarem na conversa pública hoje, nessa sexta feira, dedicada ao projeto eco-pedagógico da Maria da Silva, extrativista amazônica, assassinada no dia 24 de maio, 2011, cultivando uma Amazônia sustentável.
Nesta roda de conversa, Dan Baron, co-fundador do Rios de Encontro, responderá a perguntas sobre as origens e os aprendizados do projeto, com base em insights adquiridos em diálogos com Maria e a turma da Pedagogia do Campo e durante sua busca por pedagogias de transformação através da performance.
A roda está realizada pelo Instituto Ze Cláudio e Maria e pelo Instituto Transformance, no Sul do Pará, Amazônia, Ecoe Brasil, e Cambridge Latin American Research in Education Collective (CLAREC):
Sexta, 27 de Maio 06h-08h (Brasil) 10h-12h (Inglaterra) Darwin College, University of Cambridge Inglaterra
This public conversation is dedicated to the eco-pedagogical project of Maria da Silva, an Amazonian extractivist, murdered on May 24, 2011, cultivating a sustainable Amazon.
In this circle of conversation, Dan Baron, co-founder of the Rivers of Meeting project, will answer questions about the origins and learnings of this project based on insights he acquired in dialogue with Maria and the class of Pedagogy of the Land, during his quest for pedagogies of transformation through performance.
This circle is organized by the Instituto Ze Cláudio e Maria and by the Transformance Institute in Southern Pará, Amazônia, Ecoe Brasil, and the Cambridge Latin American Research in Education Collective (CLAREC).
Friday, 27 of May 10am-12pm (England) 6am-8am (Brasil) Darwin College, University of Cambridge Silver St, Cambridge, England
Venha participar na Roda Vida Aprendizados para Futuros Alternativos, hoje, ás 12h30-14h (Brasil), dedicada a memória e ao projeto vivo da eco-pedagoga amazônida, Maria da Silva, assasinada em maio de 2011. Traga suas perguntas ousadas sobre como cultivar casas, comunidades e escolas bem viver….
Come participate in the Live Circle Learnings for Alternative Futures, today, from 12.30pm-2pm (Brasil), dedicated to the memory and the living project of the Amazonian eco-pedagogue, Maria da Silva, assassinated in May, 2011. Bring your daring questions about how to cultivate good living homes, communities and schools…
Sim! Reencontramos o primeiro ‘Livro-Calendário’ de 2011, nunca imaginando na época que mais sete calendários iam seguir! Aproveita e reconhece AfroRaiz na sua infância!
E agora, estamos planejando o nono livro-calendário para completar a narrativa da primeira década do Rios de Encontro!
Nessa semana, o Instituto Transformance realizou dois lançamentos da exposição digital Amazônia Sem Molduras (contemplada com o Prêmio de Artes Visuais, da Lei Aldir Blanc, Foto Ativa/Secult-PA). As 22 obras poético-fotográficas retratam momentos chaves nos primeiros 10 anos do projeto eco-cultural socioeducativo, Rios de Encontro, enraizado na comunidade Cabelo Seco desde 2009.
Doelde Ferreira, Kemilly da Souza e Markus Sousa recebem o quadro ‘consciência negra’ de Dan Baron da exposição Amazônia Sem Molduras como presente do Rios de Encontro
A proposta da exposição surgiu da co-fundadora do Instituto, Manoela Souza. “Cada obra começou sua vida como um grande ‘outdoor’ frente à pracinha de Cabelo Seco, fruto de nossos diálogos e ações na comunidade. Dan Baron percebeu a poesia e criatividade nas suas frases e gestos cotidianos, e os transformou em instalações visuais. Cada obra retratou, celebrou, provocou, sensibilizou e convidou, ao mesmo tempo, e continua assim, um processo vivo de eco-alfabetização dialógica!”
“A exposição revela um complexo retrato íntimo”, reflete Dan, “sobre uma comunidade amazônica em processo de se re-conhecer, e sobre o colapso climático que a Mãe Natureza sofre hoje. Mas esse duplo retrato gera esperança, porque mostra criatividade, solidariedade e sabedoria infantis e adolescentes, na rua, casa e escola, uma comunidade violentada buscando seu projeto alternativo do Bem Viver.”
Markus e Kemilly apresentam um fragmento de dança afro de Guiné Bissau para celebrar a cultura de raiz como linguagem de auto-conhecimento e libertação de ensino e aprendizado.
No dia 02 de dezembro, Dan realizou a primeira ação de lançamento na Escola EMEF Irmã Theodora, junto com Doelde Ferreira, professora de geografia e gestora do projeto Conexão Afro, colaboradora com Rios de Encontro desde 2015.
“Dan brincou com os 30 alunos de 13-14 anos da turma 8B, transformando a dificuldade de entender seu sotaque galês em recurso pedagógico”, disse Doelde. “Perguntou por que ele não sabia falar sua própria língua originária, e quem ali sabia sua língua indígena ou africana, e de onde veio o Português na sua boca? Ninguém sabia. Depois Markus Sousa e Kemilly da Souza do Conexão Afro apresentaram dança afro de Guiné Bissau. A turma ficou encantada! Logo, Dan perguntou por que a dança de raiz não está usada como linguagem de ensino e aprendizado?”
“Markus explicou o quanto se conheceu e se libertou dançando suas raízes. Dan logo convidou Kemilly pegar um quadro da exposição que retrata a Biblioteca Folhas da Vida do projeto, e ler o poema Consciência Negra. Kemilly leu, captou e recitou o poema que narra a experiência de uma criança se abrindo, se lendo e escrevendo sua história, desenhando e dançando. Todos aceitaram o convite para colaborar com uma escola indígena e com uma escola solidária com Amazônia na Alemanha!”
Na live realizada no dia 07 de dezembro, uma roda adulta conhecia a exposição virtual, para focalizar prioridades na segunda década do projeto. A chuva dificultou a participação de parceiros da UNIFESSPA, AESSPA e gestoras de Cabelo Seco, mas Livy Malcher (muralista de Belém), Deize Botelho (gestora cultural), Carlos André Souza (educador), Doelde Ferreira, Manoela e Dan gravaram duas horas de diálogo para criar um recurso ecopedagógico para Marabá e a região.
A roda identificou arte terapia comunitária, formação ecopedagógica de professores, e projetos interculturais como prioridades numa segunda década. Porém destacou o potencial do projeto tornar-se um programa nacional, cultivando escolas como projetos comunitários de bem viver para nutrir cidades ecológicas sustentáveis.
Rios de Encontro retrata a criação local e internacional da Universidade Comunitária dos Rios (2013)
Nessa semana, o Instituto Transformance publica dois novos vídeos do Rabetas ÁudioVisual no seu canal do Rios de Encontro, ‘AfroRaiz encontra Sudão’ e ‘Viva a Arte de Eco-Pedagogia, Viva’, e convida parceiros visitarem dois arquivos inéditos, ‘As Castanheiras Lembram’ no contexto do debate atual ‘Ecocídio ou Bem Viver?’, e ‘Amazônia Sem Fronteiras’, frutos de quatro projetos, um contemplado com o Edital Preamar de Cultura da Secult-PA “As Castanheiras Lembram”, etrêspela Lei Aldir Blanc: Cultura em Movimento da Secult/Marabá “Rabetas Audiovisual Bem Viver”, Artes Visuais da FotoAtiva e Secult/PA “Amazônia Sem Molduras”, e também pela Secult Pará “Biblioteca Comunitária Folhas da Vida”.
Primeiro outdoor anuncia o primeiro Festival Beleza Amazônica (2012)
“Pela primeira vez desde a criação de nosso Instituto Transformance em 2004, estamos compartilhando arquivos de mais de 25 anos de projetos comunitários eco-pedagógicos, realizados através das artes populares”, explica Dan Baron, artista visual e co-fundador do Instituto junto com a arte educadora e gestora cultural, Manoela Souza. “São arquivos de valor sociológico e riqueza ecocultural raros, no Brasil, na América Latina e talvez, no mundo, que oferecem recursos essenciais para um planeta balançando no limiar entre Ecocídio e Bem Viver.”
Outdoor na praça de Cabelo Seco integra poesia, foto e música para lançar o CD das Latinhas de Quintal (2013)
Os fundadores do Instituto Transformance são claros que paradoxalmente, a pandemia que necessitou a distancia social e permitiu tanta dedicação, paralisou seus projetos na rua e na Casa dos Rios, e não pode limitar a vida desses recursos ao mundo virtual. “Esses arquivos e exposições precisam ser discutidos e adaptados para serem aplicados, presencialmente, ao criar projetos e comunidades bem viver.”
Outdoor celebra alfabetização cultural integral na pracinha de Cabelo Seco (2014)
Para Dan Baron, não é uma coincidência que um dos novos vídeos compartilha aprendizados ao longo de 30 anos da eco-pedagogia que monumentalizou o Massacre de Eldorado dos Carajás (1999), e o outro celebra o encontro entre jovens artistas de Amazônia (AfroRaiz, 2019) e África, na véspera do encontro mundial sobre colapso climático, COP 26.
Nem é coincidência que um projeto eco-pedagógico na comunidade afro-indígena ribeirinha matrix de Marabá, vem curando uma exposição virtual e presencial de doze anos de ‘outdoors’ (4,5m x 3m), na pracinha e nas paredes de Cabelo Seco, bem no momento quando as raízes e seus guardiões originários estão ameaçados pela extinção e o mundo precisa transformar sua vivência traumática de pandemia, em uma escolha ciente entre vida e morte.
Outdoor que questiona profundamente as sequelas de escravização no. Dia Mundial de Consciência Negra. (2012)
Mas tanto “Amazônia Sem Molduras”, quanto os vídeos e exposições no arquivo “As Castanheiras Lembram” não só documentam. Elas narram através da poesia, música e histórias coletivas, processos vivos de alfabetização eco-cultural, para cultivar consciência comunitária sobre os direitos da mãe terra, ameaçados pela mineração industrial e digital. São idealizados para ajudar escolas e gestoras hoje a defender ambos os rios, florestas e campos da Amazônica, e imaginar como criar comunidades urbanas de coletivos ecológicos.
Outdoor do lançamento do CD ‘Amazonia Nossa Terra’ ( project_Rios_de_Encontro) que afirma o princípio que guia todos os. projetos do Instituto: Amazônia não está a venda.
O IX Festival Beleza Amazônica neste ano, o primeiro desde 2019, estará a culminação desse lançamento. O projeto Rios de Encontro pretende realizar um roda de diálogo sobre “Amazônia Sem Molduras”, uma Bicicletada e uma Biblioteca “Abraço Bem Viver” para gestores adultos e crianças, e um ciclo de diálogos: “Viva a Arte de Eco-Pedagogia Viva!” com parceiros internacionais.
Mais informação com Manoela Souza e Dan Baron (riosdeencontro@gmail.com)
No sexto espetáculo da Cia AfroMundi, nossa solista-coreógrafa Camylla Alves e nosso diretor artístico Dan Baron criam uma performance sem piscar, em tempos de pandemia, inteiramente por meio do Zoom, perguntando:
“Numa Amazônia que já está emitindo mais gases de carbono e tossindo rios voadores de cinzas, a esperança e a utopia ainda são possíveis?”
Em uma salinha de cimento com janela gradeada, olhando para o fim do mundo, AfroMundi responde..
Baixe nosso cd Amazônia Nossa Terra e compartilhe com sua rede.
O cd-monumento Amazônia Nossa Terra é fruto de um encontro no seio afroindígena da Comunidade do Cabelo Seco (Marabá, Amazônia) entre jovens artistas, gestores e produtores de sua própria cultura viva comunitária, mestres e arteducadores populares, a partir de processos de formação artística e humana rumo a um projeto de Amazônia Viva e Sustentável.
Faça o download do nosso cd com todas as músicas e o encarte que conta um pouco da nossa história e que tem nossas músicas escritas em três línguas para que nossas vozes possam ser compartilhadas pelo mundo afora.