AfroRaiz leva cultura sustentável às escolas e à Europa

Rerivaldo Mendes acompanha Conexão Afro na apresentação na Escola Liberdade.

O projeto eco-cultural e socioeducativo Rios de Encontro da comunidade Cabelo Seco está realizando nessa semana a 3ª residência de Dança Percussão Afro-Brasileira, para fortalecer a cultura afroraiz na comunidade e nas escolas públicas de Marabá, e impulsionar 4 meses de preparação para uma turnê europeia, a defesa da Amazônia em setembro-outubro de 2019.

AfroRaiz estudam ritmos afro com Abayomi na criação de um novo espetáculo.

A residência integra contribuições nacionais da dançarina Simone Fortes e percussionista Áddia Furtado do Coletivo Abayomi de Florianópolis, Santa Catarina. Nessa 3ª residência com Simone, a formação artística do Coletivo AfroRaiz também incluiu o projeto Conexão Afro, enraizado na escola Irmã Theodoro desde 2018. Após uma oficina de formação e apoiado pelo Coletivo AfroRaiz, Conexão Afro levou sua apresentação afro à Escola Liberdade.

AfroRaiz motiva a Escola Liberdade questionar preconceitos sobre cultura afro, xingada como “macumba”.

“Acompanhar o progresso dos meus alunos juntamente com AfroRaiz me fez acreditar em um futuro melhor”, disse professora Doelde Ferreira, de Irmã Theodoro. “Isso é um processo continuo, não só no Dia da Consciência Negra. A transformação de resistência à cultura afro em renovação de raízes, segura e motiva todos nesses tempos de desespero. As sementes plantadas começam a crescer!”

Através das energias de dança e percussão, conseguimos transformar preconceitos contra a cultura Afro”, explica Camylla Alves do Coletivo AfroRaiz, fundadora da Cia AfroMundi desde 2012. “Essas sequelas de escravidão tem sido reforçadas pela cultura racista, misoginista e homofóbica sendo promovida pelo governo federal hoje. Nossa vivência nas escolas como arteducadoras em formação vem fortalecendo os direitos humanos de uma nova geração.”

Simone e Áddia integram jovens da escola, da comunidade e do projeto numa roda de sensibilização no final da oficina.

Na Casa dos Rios, o projeto Conexão Afro se integrou também com crianças de AfroMundi Juvenil e jovens coordenadores do projeto Salus e da biblioteca comunitária Folhas da Vida, relacionando arte, cultura, saúde e alfabetização ecológica, na valorização e defesa da Amazônia. “Estamos extremamente preocupados com a vulnerabilidade atual da Amazônia”, disse Évany Valente, percussionista e co-criadora de mudas medicinais no Coletivo AfroRaiz, estudando História na Unifesspa. “Os cortes que UFPA, Unifesspa e a educação básica acabaram de sofrer, prejudicam nossa capacidade de assumir nosso papel em evitar o colapso climático e contribuir à criação de um Projetão alternativo de Bem Viver.”

Elisa Neves, Evany Valente, Camylla Alves, Mano Souza, Katrine Alves e Rerivaldo Mendes estudam o documentário Nosso Planeta para entender colapso climático.

O Coletivo AfroRaiz está produzindo a residência como parte de sua formação ampla e pesquisando a crise ecológica mundial. Mas está preparando suas metodologias eco-pedagógicas da Amazônia para levar à Europa em setembro. Em três semanas, a percussionista e co-coordenadora do projeto Salus, Elisa Neves da EJA na escola Teresa Donato de Araújo, viaja para os países de Bélgica, Alemanha, Polônia, Holanda e Espanha, com o coordenador geral, Dan Baron. “Vamos finalizar preparações pela turnê e atualizar o Parlamento Europeu sobre os cortes decimando educação, saúde e cultura públicas no Brasil”, disse Elisa. “Mas vou tocar e cantar nossa visão Bem Viver, para mostrar a resiliência e potencial de nossa nova geração!”

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